CORREÇÃO 15/05: Causou confusão entre os editores do Linux-BR o fato do autor da matéria(nwildner) ter usado a imagem antiga da Creative Commons disponível na página de licenciamento do Tagmar. O projeto PERMITE trabalhos derivados e até possui “port” para outros Sistemas de RPG como o Tagmar GURPS e Tagmar D20 5th edition. Apesar da imagem ainda estar defasada na página Licenciamento do Tagmar, ela aponta pro link correto(by-nc-sa). Ainda assim, não é uma licença open-source, visto que possui a infame cláusula que proíbe uso comercial.
“Tagmar – RPG de Aventura Medieval” © foi o primeiro RPG de mesa brasileiro. Criado em 1991 pela Editora GSA, ele se diferenciava por necessitar apenas de um livro contendo regras, ambientação e criaturas, enquanto jogos importados precisavam de um maior investimento em livros. Contudo, em 1997 o sistema foi descontinuado por conta dos problemas que qualquer empresa no Brasil possui para se manter de pé. Em 2004, membros do sistema original se reuniram e decidiram relicenciar o Tagmar utilizando a licença Creative Commons “Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil” (permite trabalhos derivados mantendo a licença, requer créditos, não permite comercialização). Há uma exceção para a comercialização de serviços de impressão e encadernamento desde que praticados valores de mercado justos e compatíveis, já que alguns jogadores desejam apenas o produto final(livro impresso) e a distribuição apenas em arquivo desestimula o ingresso de novos jogadores no sistema Tagmar.
Para resolver problemas que a versão original do Tagmar possuía no balanceamento das regras e para expandir o universo deste sistema, surgiram as versões 2.0, 2.1, 2,2 e a atualmente considerada estável 2.3. A versão 3.0 já está sendo testada por colaboradores na revisão Beta 3, e o lançamento estável irá ocorrer na próxima semana, dia 19/05/2018. Além da publicação dos novos livros no site, haverá um evento no Rio de Janeiro na Livraria Cultura localizada na rua Senador Dantas, número 45. O evento contará com a presença dos criadores originais do Tagmar e com mesas de RPG prontas para quem quiser aprender o sistema ou apenas se divertir.
Atualmente o Tagmar é desenvolvido com um fluxo de trabalho muito parecido ao de uma distribuição Linux: Possui cargos de coordenação, tarefas abertas para o aprimoramento do sistema, jogadores “testadores” de regras e balanceamento (onde os bugs são falhas nas regras ou possíveis ambiguidades na interpretação), artistas gráficos, criadores de conteúdo (regras, ambientação, criaturas, classes e raças), etc. O link Como participar do projeto possui maiores detalhes de como a colaboração com o projeto funciona e quais são as tarefas disponíveis para quem quiser fazer parte da equipe.
O Material oficial conta com diversos livros e está disponível na página de downloads. Material adicional pode ser encontrado na Tagmarpédia ou no link de Criaturas online.
Opinião: Eu, como entusiasta de tecnologias abertas acho o Tagmar interessante como projeto, ainda mais por ver material desta qualidade disponibilizado gratuitamente e sendo desenvolvido colaborativamente em nosso país. Como jogador e mestre acho muito prático já que as rolagens são com o dado d20(20 faces) e a tabela de resoluções ajuda a resolver problemas como “qual será a dificuldade numérica deste desafio?”, criando uma escala tácita de dificuldade(fácil, médio, difícil, impossível…) que pode ser facilmente traduzida em valores matemáticos. O sistema de níveis é bastante recompensador e o jogador consegue sentir a progressão de seus personagens. A diferença entre energia física e energia heroica faz os jogadores “powerplay” pensarem duas vezes antes de pular de um penhasco calculando quantos pontos de vida perderão.