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No final da última semana, a comunidade Linux ficou em polvorosa depois que a mídia “especializada” noticiou que a Microsoft começaria a vender sua própria distribuição de Linux na Windows Store, o que muitos consideraram um sinal do “apocalipse”, principalmente para quem já utiliza as distribuições existentes através do famoso WSL. Essa confusão se deu pelo conhecido fato de que os sites ditos “especializados” em Linux e open source na mídia nacional, em sua maioria, ainda que bem intencionados, costumam espalhar fake news e desinformação, causando ainda mais confusão no usuário, carente de uma educação formal de qualidade e sem fontes fidedignas de informação. Vamos aos fatos:

A parte verdadeira nessa história é que uma empresa chamada Whitewater Foundry desenvolveu sua própria distribuição, convenientemente chamada de WLinux, que é baseada no Debian e, segundo a companhia, é um sistema otimizado para rodar no Windows Subsystem for Linux, trazendo maiores vantagens e performance do que as demais distribuições disponíveis na Windows Store. Até o momento, isso parece mais material de marketing, pois falta alguém realizar testes empíricos para comparar essa distribuição com as demais e ver o quanto ela é, de fato, superior, se ela realmente for.

As únicas participações da Microsoft nessa história são que a gigante de Redmond:

  1. Permitiu que a Whitewater Foundry disponibilizasse seu sistema na loja de aplicativos do Windows; e
  2. Permitiu que a empresa oferecesse seu sistema como um produto pago, da mesma forma que qualquer outro desenvolvedor que deseje colocar seus programas lá pode fazer.

Portanto, a distribuição não foi feita pela Microsoft e não há evidências de que, em breve, o acesso às distribuições de Linux na loja do Windows será pago. Trata-se apenas de uma empresa independente que está oferecendo seu produto, como várias outras. Quem estiver interessado pode, inclusive, consultar o código-fonte do wLinux no GitHub.

Aliás, cabe aqui aproveitar o momento e fazer uma crítica oportuna à legião de usuários de Linux brasileiros que erroneamente associa o termo “free software” a “software grátis”, como se a pessoa ou a empresa que desenvolveu uma distribuição de Linux tivesse o dever moral de oferecer sua criação gratuitamente, desdenhando e criticando, de forma feroz, todos aqueles que, com uma visão diferente de mercado, tentam oferecer um produto com valor agregado, cobrando por ele. Essa mentalidade precisa mudar mas, certamente, os “cabeça de GNU” não devem estar interessados no WSL e, para eles, esse sistema será mais uma curiosidade que vai passar batida.